O 33º Congresso Nacional da CNTE foi aberto nesta quinta-feira (12) com a presença de 2.500 trabalhadores em educação e uma extensa pauta de discussões sobre o futuro da educação no Brasil. “Todos que vieram de longe, estão aqui para dizer que estão prontos para enfrentar os desafios da conjuntura deste ano que se inicia”, disse Roberto Leão, presidente da confederação nacional dos Trabalhadores em Educação.
Leão lembrou que ”o momento de conjuntura que passamos é muito duro e difícil” e exige “garra, determinação e vontade para superar este momento de um governo impostor que deu um golpe de estado na presidenta legitimamente eleita”, destacou.
Em meio a um período conturbado da política brasileira, e ao golpe que levou à queda da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016, os participantes da abertura do Congresso entoaram, em coro, críticas contra novo governo. Os ajustes fiscais, por exemplo, foram duramente criticados pelo presidente do CNTE. “Se forem fazer ajuste fiscal, façam para os bancos, taxando as grandes fortunas, trazendo o dinheiro que foi levado do país e dando prêmio a quem devolver”, clamou Roberto de Leão.
De acordo com o presidente da CNTE, o Congresso é o momento para decidir os caminhos da CNTE em 2017. Ele agradeceu a presença de representantes que vieram de vários países do mundo, e que “estão aqui porque são solidários à luta dos trabalhadores brasileiros”. Em um momento, que “é importante para que exercitemos a nossa solidariedade”, disse.
O 33º Congresso tem como tema “Paulo Freire: educação pública, democracia e resistência” e Leão explicou que a escolha do educador como patrono do congresso “não aconteceu por acaso, mas porque neste momento em que a educação pública brasileira sofre com leis de mordaça, com a reforma do ensino médio e uma enormidade de restrição de financiamento, mais do que nunca a figura de Paulo freire é quem nos encoraja a lutar e enfrentar o que vem pela frente”, destacou.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, aprovada pelo Senado em 2016, que congela em 20 anos os gastos na Saúde e Educação também foi bastante criticada pelos presentes. “Estamos lutando por um ensino público de qualidade. Um sistema que não é de hoje que sofre problemas, mas que está sendo fortemente ameaçada por conta da promulgação da PEC que tivemos e que foi uma perda dos direitos sociais e da seguridade”, declarou Ana Julia Ribeiro, estudante que comoveu a população em um discurso na Câmara dos Deputados, em 2016.
A “PEC da Crueldade”, um apelido para a reforma da previdência segundo a representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Marilene Bastos, também rendeu duras críticas.
Segundo o presidente da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), o argentino Hugo Yasky, o Brasil sofreu o mesmo golpe de Estado que outrora foram vítimas o Paraguai e Honduras, e pediu que 2017 seja um ano de muitas lutas no Brasil. ”O ano de 2017 marca o inicio da restencia para enfrentar os governos de direita na américa Latina. Temos aqui um poder invencível que é a unidade do campo popular da classe trabalhadora”, avaliou Yasky.
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Acesse o Boletim do primeiro dia do Congresso:
http://sintet.org.br/administracao/files/files/33_congresso_nacional_boletim_dia_13_final_web.pdf