Escolas e creches de Palmas retornaram às aulas mais cedo no início deste ano para que os profissionais da educação concluam a reposição das aulas referente à paralisação realizada no mês de setembro de 2017 que durou 22 dias. Desde o fim da greve, os profissionais têm encontrado dificuldades para cumprir com o compromisso firmado de repor o conteúdo aos alunos, o que ocasionou atraso na reposição. O motivo de tantos problemas envolvendo a questão da reposição é a gestão municipal, que mesmo sabendo da importância do conteúdo programático ser reposto nas unidades escolares, prejudicaram os trabalhadores de diversas formas no ano passado e agora também em 2018.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (SINTET) tem recebido diversas denúncias, como: profissionais da merenda e limpeza que estão de férias, e desta forma atrapalham o funcionamento da unidade escolar, comprometendo a aplicação das aulas pelos educadores (as) que precisam repor. Outra queixa feita pela categoria está relacionada às férias compulsórias, que além de ter sido feita de forma irregular devido à falta de pagamento ao servidor que está previsto em lei, a medida prejudicou a organização das escolas, assim como a vida do servidor, que foi pego de surpresa. Ainda existem aqueles profissionais que já finalizaram as suas reposições e alegaram que receberam apenas metade do que foi descontado na paralisação. Além disso, a categoria foi convocada a participar de uma formação justamente num período destinado, pela própria Semed, para as reposições.
É importante ressaltar que, apesar dessas dificuldades impostas pela gestão, as aulas estão sendo repostas, pois os trabalhadores sabem lutar por seus direitos e não se furtam a cumprir suas obrigações perante à sociedade. Dessa forma, aguardam que a atual gestão cumpra também, com seus deveres de pagar aos trabalhadores, não só aquilo que foi descontado indevidamente, mas também o que deve aos educadores desde 2015.
Os problemas dos trabalhadores se estendem a outros aspectos, uma vez que, os mesmos estão tendo perdas significativas em seus salários já que nesse período, que compreende 2015 a 2017, as despesas com saúde, impostos, aumento da cesta básica se chocam com os salários que não foram reajustados, causado prejuízo incalculável para as várias famílias palmenses.
Direitos
Tanto foi dito pela gestão municipal de que toda essa situação foi acarretada por conta de greve, que “prejudicou a rede municipal de educação” em vários aspectos, porém, vale ressaltar que a greve é um direito garantido em lei e que, a que ocorreu em 2017, foi em decorrência do não cumprimento, por parte da gestão, dos acordos firmados entre sindicato e prefeitura mediante aprovação da categoria. Assim como os trabalhadores continuam cumprindo com os seus deveres, o Sintet continua aberto ao diálogo para resolver essas questões, portanto, a luta permanece.
Fernando Pereira – Presidente Regional do Sintet (Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins)