Os profissionais da rede municipal de Palmas realizaram um dia de paralisação nesta quarta-feira (26), em protesto contra a tramitação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, que trata da Reforma Administrativa.
A educação, junto a outros servidores públicos das três esferas: federal, estadual e municipal de outras categorias realizaram um ato público unificado na manhã desta quarta-feira (26), em Palmas.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), se aprovada, a PEC 32 poderá reduzir salários, acabar com a estabilidade do/a servidor/a público/a, abrir brechas para a corrupção, além disso, mantém privilégios da casta do funcionalismo público, como juízes, parlamentares, membros do ministério público e das carreiras militares, que não estão sujeitos às novas regras.
Impacto na educação
A proposta representa a mudança do Estado brasileiro e de todas as políticas sociais, especialmente na área da educação, como exemplo, à perda do direito à educação pública, já que as escolas podem passar a ser gerenciadas pela iniciativa privada, além de acabar com o plano de carreira.
A aprovação da PEC 32 torna possível a extinção de novos concursos públicos, e abre a possibilidade de demissão dos atuais professores e funcionários contratados. “A proposta coloca em risco a gratuidade da educação pública, pois dá abertura para a privatização das escolas”, disse o secretário-geral do Sintet e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Carlos de Lima Furtado.
Para o Sintet, a reforma administrativa precisa ser derrubada. “A proposta admite a gestão direta das escolas por empresas privadas, inclusive a contratação de pessoal sem concurso público, isso significa o fim dos nossos planos de carreira”, disse o presidente do Sintet e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Roque Santiago.
“A PEC 32 destruirá os serviços públicos causando um prejuízo enorme a população mais empobrecida da sociedade que depende das políticas públicas do estado”, disse José Roque.
“Hoje temos projetos políticos em disputa. E a PEC 32 não atende ao brasileiro, ao contrário, é o desmonte do Estado brasileiro, é a retirada de direitos. E sabemos que os servidores públicos da educação e saúde no Brasil não são bem remunerados, com aprovação dessa PEC 32 a tendência é a situação piorar. É uma falácia também dizer que a população concorda com a destruição do serviço público. Quem precisa desses serviços sabe que todos seremos atingidos. Portanto, é hora da união da classe trabalhadora contra esse projeto”, disse o presidente do Sintet Regional de Palmas, Fábio Lopes.
Entenda
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ameaçou retomar essa semana a votação da reforma Administrativa, encaminhada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso Nacional por meio da PEC 32. Os sindicalistas de todo o país se manifestam contra as medidas do governo Bolsonaro, que se reeleito representa o fim dos serviços públicos.
Além do Sintet, participaram ainda da mobilização contra a PEC 32 em Palmas: o SINTRAS, SISEPE, SINASEFE/IFTO, SINTAD, SINJUSTO, SINTETCTO, SINTJUSTO, CUT, PÚBLICA, CSPB, CTB e CSP CONLUTAS.