Sintet denuncia exoneração arbitrária de professor indígena

23/07/2025 23/07/2025 17:02 89 visualizações

 

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), através da Regional de Palmas, liderado pela presidenta Rose Marques, vem a público manifestar sua indignação diante da ameaça de exoneração do professor indígena concursado Wagner Katamy Ribeiro da Silva Krahô Kanela, um servidor exemplar, reconhecido tanto em sua comunidade quanto fora dela, tendo representado o Estado do Tocantins em eventos internacionais. O caso evidencia as dificuldades históricas enfrentadas por professores indígenas para se integrarem à rede estadual de ensino e reflete uma postura excludente do Estado ao lidar com especificidades culturais em casos como este.

 

Diante da gravidade da situação, a equipe jurídica do Sintet Regional de Palmas tem se dedicado intensamente a elaborar e apresentar a defesa administrativa do professor Wagner Katamy, buscando impedir a exoneração arbitrária e injusta. O sindicato defende que o caso exige uma análise sensível e humanizada, considerando que não houve má-fé por parte do servidor, que é um exemplo de dedicação e compromisso com a educação indígena.

 

“A equipe jurídica do Sintet está empenhada em garantir que esta injustiça não aconteça. O professor Wagner agiu amparado por suas responsabilidades como cacique e representante de sua comunidade, além de estar comprometido com as demandas educacionais do Estado. É inadmissível que um professor tão comprometido seja penalizado por esse contexto”, afirmou a presidenta Rose Marques.

 

O Caso do Professor Wagner Katamy

O professor Wagner Katamy, cacique da Aldeia Catamyé e defensor incansável da valorização da cultura Krahô Kanela, tem sido um pilar de sua comunidade, promovendo uma educação diferenciada e fundamentada em valores culturais indígenas. A ameaça de exoneração se baseia na alegação de faltas injustificadas durante o estágio probatório. Contudo, a equipe jurídica do Sintet Regional de Palmas argumenta, com ampla documentação, que as ausências ocorreram devido a:

 

Dificuldades logísticas geradas pela dificuldade administrativa da SEDUC em aprovar a transferência do professor tendo em vista a ausência de vaga para sua comunidade Krahô Kanela respeitando suas tradições e cultura; participação em eventos organizados pela Secretaria de Educação e outras entidades públicas, que contribuíram diretamente para a valorização da educação indígena; .representação oficial do Tocantins em missões internacionais, reforçando seu papel como um embaixador da cultura indígena e um modelo para todo o Estado. 

 

A defesa destaca que o professor sempre agiu de boa-fé e cumpriu com excelência suas funções como educador, desempenhando um papel fundamental na manutenção dos vínculos pedagógicos e culturais de sua comunidade.

 

Ação do Sintet e Importância do Reconhecimento

O Sintet Palmas denuncia que a ameaça de exoneração é mais um reflexo das políticas públicas frágeis e insensíveis às especificidades dos povos indígenas no Tocantins. Além de comprometer a carreira de um professor concursado exemplar, tal medida desconsidera o impacto educativo e cultural que Wagner representa para sua comunidade.

 

"A atuação da nossa equipe jurídica é incisiva, porque entendemos que casos como esse vão além das questões administrativas. É necessário respeitar a realidade cultural e social dos povos originários. Exonerar o professor Wagner é ignorar décadas de lutas pela valorização da educação indígena no Tocantins", pontuou Rose Marques.

 

O Sintet reafirma seu compromisso em defender o professor Wagner Katamy e todos os profissionais da educação indígena; cobrar políticas públicas inclusivas, que respeitem as especificidades dos povos originários e garantam a permanência dos professores indígenas no serviço público e garantir a justiça no processo, com respaldo jurídico para que a defesa do professor seja ouvida e amparada.

 

 

 

O Sintet é referência na luta pelos direitos dos profissionais da educação no Estado. Com um corpo jurídico capacitado e atuante, o Sindicato abraça as questões que afligem a categoria e se posiciona como um pilar na defesa por justiça e inclusão social, especialmente para os povos originários.