Sábado, 27 de agosto de 2022
“O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.” Parafraseando a filósofa Simone de Beauvoir, o SINTET Regional de Gurupi vem a público manifestar seu veemente repúdio as decisões tomadas pela prefeita de Gurupi Josi Nunes, juntamente com o secretário – professor e vereador Davi Pereira de Abrantes, que de forma intimidadora e não democrática abriu processo administrativo disciplinar contra os diretores – eleitos conforme a Lei Orgânica em seu art. 126, que unicamente reivindicam melhores salários, o que é um DIREITO.
O Diário Oficial do Município de Gurupi (DOMG), n° 0573, publicado nesta sexta-feira, 26 de agosto, traz nas suas páginas, a abertura dos referidos processos administrativos disciplinar contra os professores grevistas bem como a afastados de diretores de escolas, e ainda a contratação temporária de novos professores para assumirem os postos dos professores grevistas.
O ato praticado pela atual gestão do Município de Gurupi Estado do Tocantins é abusivo e arbitrário, uma vez que viola o princípio da dignidade humana, a valorização do trabalho, a Lei de greve nº 7.783 de 28 de junho de 1989 e a sumula 316 do STF, disposições previstas na Constituição Federal de 1.988 e no Plano de Cargo e Salários dos Professores.
Os professores de Gurupi questionam: Está em curso o slogan da gestão, a tão afamada GESTÃO HUMANIZADA, que foi propagada em período de campanha?
A gestão humanizada se baseia em um modelo de liderança que se fundamenta na garantia das boas condições de trabalho para os trabalhadores, no bem-estar do servidor e em uma gestão próxima, que entenda as necessidades dos trabalhadores, mas não é o que se vê atualmente na gestão municipal.
A prefeita Josi Nunes não esboça qualquer reação de empatia por aqueles e aquelas que em campanha eleitoral, se colocavam como iguais, prometendo respeitar e valorizar a educação básica pública, bem como os profissionais do magistério.
Para os professores, as medidas tomadas pela gestão são sorrateiras e não condizem com a imagem da gestão municipal.
Os professores em greve estão perplexos com a mão de ferro que hoje conduz Gurupi, e aguardam que a prefeita retorne as falas de campanha, onde portava-se democraticamente e sem ameaças, bem como retome a sua amistosa afetividade por essa categoria.
A categoria continua em greve na luta por respeito e valorização, pela garantia dos direitos previstos em lei.
A assessoria jurídica do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (SINTET) analisa as medidas judiciais a serem tomadas em defesa dos trabalhadores afetados pelo decreto municipal.
"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor".
Paulo Freire
Gabriela Zanina
Presidenta do SINTET, Regional de Gurupi.
Gurupi, aos 27 de agosto de 2022.